28 fevereiro 2012

Uma floresta fóssil

Olá pessoal,

O post de hoje é indicação da Mayra (Fitiña). Cientistas chineses encontraram uma floresta fossilizada! O retrato deste pântano tropical está descrito na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences. Mas como isso é possível? Vamos ver...

Na cronologia da história geológica, há 298 milhões de anos, a Terra encontrava-se no início do período Pérmico, antes da era dos dinossauros. O mundo terrestre era dominado por anfíbios e por fetos com porte de árvore. E as placas tectónicas estavam a acabar de se juntar para formar a Pangeia. O local arqueológico que os cientistas da Academia de Ciência chinesa estudaram, na região da antiga Mongólia, no Norte da China, era na altura uma super ilha separada do continente, que se situava a latitudes tropicais, no Hemisfério Norte.

Os cientistas fizeram um verdadeiro trabalho de ecologia paleontológica com estratos soterrados que desenterraram, analisando 1000 metros quadrados de área florestal em três sítios diferentes. Se não tivesse havido erupção, ao longo de milhões de anos aquela paisagem teria se transformado em carvão no interior da Terra, como aconteceu em muitos locais semelhantes a norte a sul da formação.


Mas a cinza fez fossilizar a floresta, que ficou comprimida em 66 centímetros de solo e fez com que a equipe pudesse recriar um retrato detalhado da floresta.

Os cientistas encontraram seis grupos de plantas diferentes com várias espécies em cada grupo. Há um estrato mais basal com fetos arbóreos, de onde de quando em vez saem árvores mais finas e altas que parecidas a um espanador de penas, com 25 metros de altura. Encontraram também um grupo de plantas extinto que libertava esporos e árvores que parecem ser antepassados das cicadófitas, plantas sem flores que fazem lembrar palmeiras.

Com isso, os cientistas descobriram uma "cápsula do tempo". Com base nos achados pode-se interpretar muito melhor a evolução da flora na região, comparando com a presente nos dias de hoje.

E você achando que isso só acontecia com dinossauros...rs

Um abraço a todos,

26 fevereiro 2012

Imagem da Semana #20

Olá pessoal,

Uma das notícias mais impressionantes dessa semana foi que cientistas conseguiram cultivar uma planta a partir de sementes de 30 mil anos!


Sementes vegetais preservadas no gelo por 30 mil anos foram recuperadas e cultivadas no Instituto de Biofísica Celular da Academia de Ciências da Rússia. O resultado do experimento foi exibido nesta sexta-feira (24). (Foto: Denis Sinyakov / Reuters)

As sementes pertencem à espécie Silene stenophylla, uma planta com flor. Foram encontradas em uma toca de esquilo da Era do Gelo, em águas congeladas do rio Kolyma, na Sibéria. O material pode ajudar os cientistas a reviver outras espécies. Essa planta é considerada a mais antiga já recuperada em laboratório.

Um abraço a todos,

24 fevereiro 2012

Para ver, ler e ouvir #2

Olá pessoal,

Hoje vamos falar sobre mais um filme bastante conhecido.

O filme em questão se chama "O dia depois de amanhã" (2004), e é mais um recomendado pelo SNE! Acho que podemos classificar este filme como ficção "quase-científica". Eu explico...apesar de não ser baseado em fatos reais, existe sim um forte embasamento científico no filme.  Atenção: se você não viu o filme ainda, veja e depois leia o post...a gente conta o final aqui. rs.



Vamos explicar o principal fato exposto lá.  Vejam o trailer:


Um resumo: O aquecimento global gerou um grande derretimento na calota polar, deixando o oceano dessalinizado e mais frio. Como consequência, a corrente do Atlântico-Norte "parou". Em todo o mundo, o clima violento provocou destruições em massa. O filme termina com os astronautas, olhando para a Terra a partir da Estação Espacial, mostrando a maior parte do hemisfério norte, coberto de gelo e neve, e uma redução significativa da poluição.

Correntes marítimas são o fluxo das águas dos oceanos, ordenadas ou não, decorrentes da inércia da rotação do planeta Terra, dos ventos e da diferença de densidade. A Corrente do Atlântico Norte é uma corrente marítima potente, rápida e quente do Oceano Atlântico que tem origem no Golfo do México, e fim na costa leste dos Estados Unidos. A corrente se extende até a Europa, tornando os países do oeste europeu um pouco mais quentes do que seriam sem a presença dela.

Correntes Marítimas da Terra, em vermelho as quentes, e em azul as frias


Uma pesquisa divulgada nos Estados Unidos pela NASA e pela Universidade de Colúmbia de Nova York comprova que mudanças nas correntes marítimas no Atlântico Norte já provocaram no passado profundas alterações no clima com diversos impactos na temperatura e no regime de chuva em diversas regiões do planeta. Ou seja, o "dia depois de amanhã" já aconteceu! (em uma escala menor, no passado).

Circulação da corrente do Golfo (em vermelho)
Os cientistas acreditam que o ingresso de uma  enorme quantidade de água fresca no Atlântico pode determinar uma profunda alteração no padrão das correntes oceânicas que distribuem o calor ao redor do planeta, mas não esperam que ela cause uma interrupção completa, como no filme. Pelo menos, não tão rapidamente. No filme, todo o processo ocorre em questão de semanas, enquanto na "vida real" é esperado que este processo ocorra em décadas ou séculos.

Apesar de ser um pouco catastrófico, o filme explicou ( e ainda explica) de uma forma bem simples a mudança climática.  Por isso a gente gosta tanto dele! rs.

Aguardem ao próximo filme, ou livro, ou (quem sabe) até música! Alguém tem alguma sugestão? rs.

Um abraço a todos,

22 fevereiro 2012

Um começo diferente...

Olá pessoal,

Nesta semana saiu uma notícia muito interessante no site do Instituto Ciência Hoje. Quem mandou a sugestão foi o Prof. Antônio. A matéria trata de uma nova teoria do surgimento da vida.

"A vida moldada a partir do barro. Não se trata exatamente do homem à espera do sopro divino, mas da origem de nossas mais longínquas ancestrais, as primeiras células do planeta, que podem ter surgido no interior de berçários naturais, quentes, úmidos e ricos em compostos químicos, formados pelos vapores exalados do interior da Terra e condensados em pequenos lagos barrosos. Esta é a teoria apresentada por um artigo da edição atual da PNAS, que contraria a versão mais aceita de que a vida teria surgido nos mares primitivos.

Campo geotermal de Mutnovsky, em Kamchatka (Rússia). (foto: Anna S. Karyagina)       


Liderados pelo biofísico russo Armen Mulkidjanian, da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, e da Universidade de Lomonosov, na Rússia, os pesquisadores analisaram evidências geotérmicas, celulares e genéticas para reconstruir a origem da vida. O grupo avaliou a composição dos ecossistemas terrestres e marinhos ancestrais – tendo como referência as características prováveis das células primitivas – e estudou os aspectos funcionais comuns às células atuais e a seus antepassados.

Se os oceanos não encaixam muito bem como berçário da vida, onde as primeiras células teriam nascido, afinal? Segundo a nova teoria, em zonas terrestres úmidas e quentes, dominadas por vapor hidrotermal. A vida, no entanto, precisava chegar aos oceanos, pois sabemos que foi lá que surgiram os primeiros organismos complexos. Por isso, em algum ponto, as células primitivas tiveram que abandonar a segurança de seus berçários. De fato, prepararam-se durante milhões de anos para fazê-lo, utilizando os isolados e estáveis campos geotermais como incubadoras para os primeiros passos evolutivos. Nesse período, teoriza Mulkidjanian e sua equipe, é possível que membranas e estruturas capazes de proteger a composição das células em relação ao meio externo tenham se desenvolvido.

Em vez de ter nascido nos oceanos, nova teoria defende que a vida teve de se adaptar e evoluir para então poder conquistar os mares, onde os primeiros organismos complexos puderam se desenvolver. (foto: Flickr/ raysto – CC BY-NC-SA 2.0)

Curiosamente, a teoria proposta pelo russo é conceitualmente parecida com as ideias propostas há mais de um século por Charles Darwin sobre a origem da vida em pequenos lagos quentes, ricos em amônias, sais, luz, calor e eletricidade, que formassem um composto químico de proteínas pronto para sofrer mudanças mais complexas.

E assim funciona a ciência, sempre encontrando novas explicações pra velhas perguntas...quem sabe daqui a algum tempo não surge uma nova? rs.

Um abraço a todos,

20 fevereiro 2012

Imagem da Semana #19

Olá pessoal,

Nesta semana foi noticiado que três satélites europeus deverão medir com exatidão o campo magnético da Terra. Eles foram apresentados nesta sexta-feira (17) no centro espacial de Ottobrunn, no sul da Alemanha, onde foram submetidos aos últimos testes.

Segundo os planos da Agência Espacial Europeia, os três satélites deverão ser lançados em julho da base russa de Plesetsk, no marco da missão Swarm.



Após algumas semanas, os cientistas esperam os primeiros dados, mas a importância da missão se baseia antes de tudo em uma observação durante um longo período.

Por isso, os satélites deverão colher dados durante pelo menos quatro anos.

Um abraço a todos,

15 fevereiro 2012

VI SBES: Simpósio Brasileiro de Educação em Solos

Olá pessoal,

O VI Simpósio Brasileiro de Educação em Solos acontecerá de 22 a 25 de maio de 2012 na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), campus da Betânia, localizada na cidade de Sobral, no Estado Ceará (CE), a 266 Km da capital, Fortaleza.



O VI SBES traz como tema principal “O ensino do solo na análise integrada da natureza e da sociedade” e reunirá profissionais de todo o país que se dedicam à pesquisa em solos, atuando em diversas áreas do ensino, da pesquisa e extensão, seja em instituições públicas, privadas e das diversas organizações.   

Estarão presentes professores, pesquisadores, técnicos e representantes de instituições, para alguns dias de intercâmbio de trocas de experiências, conhecimento mútuo e busca de nova aprendizagem. Uma oportunidade muito boa pra todos que querem discutir mais sobre o ensino de solos. Vocês podem encontrar mais informações sobre o Simpósio no site oficial, clicando aqui.

E aí, quem vai estar por lá em maio?

Um abraço a todos,


12 fevereiro 2012

Imagem da Semana #18

Olá pessoal,

A união dos continentes americano e asiático é apontada como o próximo supercontinente na Terra, segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade Yale, nos EUA. O trabalho é tema da edição desta semana da revista científica “Nature”.

Teorias tradicionais para explicar o ciclo de supercontinentes dizem que essas grandes massas de terra são formadas de duas maneiras: ou no mesmo lugar que o supercontinente anterior ocupou ou no lado oposto do globo terrestre.

Ilustração mostra movimento dos continentes atuais para formar Amásia. À esquerda, o deslocamento na direção do Polo Norte. Ao lado, o resultado final do encontro. (Foto: Nature / Divulgação)
Mas a equipe norte-americana apresentou uma posição alternativa para Amásia. O próximo supercontinente ficaria a aproximadamente 90 graus de longitude oeste de distância da Pangeia, último grande supercontinente no passado, cujo centro geográfico ficava onde hoje está a África.

Eles sugerem que Amásia será formada pelo deslizamento de placas tectônicas -- uma debaixo da outra --, o que daria fim ao oceano Ártico a ao mar do Caribe. Segundo o modelo, a América permaneceria na mesma posição e receberia o encontro das placas asiáticas.

Um abraço a todos,

08 fevereiro 2012

Curiosidades #3

Olá pessoal,

Vocês já devem saber aqui pelo blog que existem minerais chamados de quartzo, biotita, O post de hoje fala de um assunto bem bacana que saiu na Revista Pesquisa Fapesp (vocês podem ler a matéria na íntegra clicando aqui), que trata sobre o descobrimento de minerais.

Daniel Atencio disparou um e-mail com esse título no dia 2 de novembro de 2010 para comunicar, como ele explicou em seguida, “o nascimento de minha décima segunda filha, carlosbarbosaíta, que veio fazer companhia a chernikovita, coutinhoíta, lindbergita, matioliíta, menezesita, ruifrancoíta, footemineíta, guimarãesita, bendadaíta, brumadoíta e manganoeudialita”. Professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP).

Carlosbarbosaíta

A carlosbarbosaíta fez um percurso que mostra como encontrar novas espécies de minerais combina pa­ciência, amizade e muita colaboração entre especialistas não acadêmicos e acadêmicos. Luiz Menezes, engenheiro de minas, colecionador e comerciante de minerais que coletou o que lhe parecia ser um novo material, fez as primeiras análises em um microscópio eletrônico da Universidade Federal de Minas Gerais. Como não pôde ir adiante, mandou sua amostra para a USP. Atencio examinou-a por raios X, confirmou que se tratava de uma espécie nova de mineral, mas também não conseguiu avançar: os cristais de 50 x 10 x 5 milésimos de milímetro eram minúsculos demais, dificultando as análises. Pela mesma razão, durante quatro anos, pesquisadores da USP de São Carlos, do Canadá, da Rússia e dos Estados Unidos que entraram na história avançavam pouco, até que, em abril de 2009, Mark Cooper, da Universidade Manitoba, Canadá, conseguiu um equipamento de raios X que finalmente completou as análises, elucidando a estrutura atômica do mineral, cujos cristais formam longas agulhas ricas em óxido de urânio e nióbio.

A pedido de Menezes, Atencio escolheu o nome para o novo mineral, em homenagem a Carlos do Prado Barbosa, engenheiro químico e colecionador de minerais falecido em 2003 que participou da identificação da bahianita, reconhecida como novo mineral em 1978, e da minasgeraisita, de 1986. Geó­logos vivos também são homenageados, embora, como os biólogos, não possam pôr o nome deles próprios em espécies novas que descobrirem.

Vejam aqui outros minerais com nomes curiosos:

Menezesita: óxido de nióbio, bário, zircônio e magnésio, com cristais vermelhos de 12 faces. Homenagem a Luiz Alberto Dias Menezes Filho.
Coutinhoíta: silicato de urânio e tório, com cristais placoides amarelos. O nome é uma homenagem a José Moacyr Vianna Coutinho, professor da USP.

Matioliíta: fosfato de sódio, magnésio e alumínio, com cristais prismáticos azuis. Homenagem a Paulo Anselmo Matioli.
E você, se descobrisse um mineral novo...que nome daria? rs.
Um abraço a todos,

06 fevereiro 2012

Imagem da Semana #17

Olá pessoal,

A Nasa divulgou esta semana uma nova imagem de uma fenda de 30 km de comprimento, na Antártida, que pode gerar um iceberg maior que Nova York. Ele teria 900 km², contra 785 km² da cidade americana. A área do bloco de gelo corresponderia a 60% da cidade de São Paulo.

Foto: Nasa/ GSFC/ METI/ ERSDAC/ JAROS, and U.S / Japan ASTER Science Team

A fotografia mostra o bloco de gelo do alto, à distância. A rachadura, que tem 80 metros de espessura e 60 metros de profundidade, aparece na imagem como um risco.

Um abraço a todos,

01 fevereiro 2012

Para o educador #4

Olá pessoal,

Há algum tempo atrás um dos nossos voluntários, o Rodrigo (Bób's), nos enviou um vídeo muito interessante e resolvemos compartilhar com todos aqui. É uma palestra do Mário Sérgio Cortella, filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, onde também é professor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da pós-graduação em Educação.

Esta é a primeira parte da palestra "Não nascemos prontos":


As outras três partes podem ser encontradas aqui: parte 2; parte 3 e parte 4.

A discussão é extremamente pertinente para todos os educadores e pessoas que estão convivendo no dia a dia com a nova geração. Quais as melhores estratégias para melhorar o ensino? Usar as novas tecnologias com intuito de chamar atenção? Continuar com o bom e velho modo de dar aulas? Uma mistura das duas estatégias?

Alguém tem alguma sugestão? rs

PS: como diria o próprio Cortella no fim da quarta parte: "Alguém tem que fazer alguma coisa! Cá estamos..."

Um abraço a todos,