Olá Pessoal,
O post de hoje é uma sobre uma matéria bem bacana que saiu na edição 186 da Revista Fapesp, quem quiser ver o texto na íntegra clique aqui.
No final do século XIX, o zoólogo suíço Emílio Goeldi fez uma
expedição ao rio Cunani (atual norte do Amapá) e encontrou grandes blocos de rocha que pareciam
apontar para o céu. Ao longo das seis primeiras décadas
do século passado, alguns pesquisadores de renome, também avistaram essas construções humanas com
os tais blocos de granito em alguns sítios arqueológicos. Alguns poucos vestígios de cerâmica
foi encontrado no local e associado aos megálitos (como são chamadas grandes
estruturas de pedra arranjadas ou construídas por mãos humanas) e provou que naquele pedaço quase
perdido da Amazônia, apenas uma pequena população de algum povo
pré-colombiano deve ter feito sua morada. Estes locais deviam ser usados apenas para fins cerimoniais.
Foto: Arquivo IEPA |
Em 2005, um jovem casal de arqueólogos gaúchos, Mariana
Petry Cabral e João Darcy de Moura Saldanha, deixou o Sul, se mudou para
a capital amapaense e passou a se dedicar ao estudo de alguns 200
sítios pré-históricos do estado, dos quais uns 30 apresentam megálitos.
Embora ainda exsita pouca informação sobre a antiga cultura
que talhou e ordenou esses blocos de granito, alguns com até 2,5 metros de
altura e 4 toneladas, a dupla de pesquisadores produziu uma série de
novos dados sobre estas estruturas.
O casal de pesquisadores fizeram algumas análises e estimaram que o local
foi habitado há cerca de mil anos. Outros 10 sítios do Amapá, três deles com
megálitos, também foram analisados e todos parecem ter sido ocupados entre
700 e mil anos atrás.
É relativamente comum que sítios pré-históricos com megálitos exibam
evidências de terem sido usados como lugares para observação de algum
fenômeno astronômico. Essa é uma das funções que se atribuem comumente
ao famoso círculo de pedras de Stonehenge, erigido há 4,5 mil anos no
sul da Inglaterra. Seria esse megálito no Amapá um Stonehenge amazônico? As
evidências apoiam essa interpretação. Nos últimos anos os arqueólogos
realizaram medições sempre na data de 21 ou 22 de dezembro,
que marca o solstício de inverno, e verificaram que um fino monólito parece estar alinhado com a
trajetória do sol ao longo desse dia. Ao nascer, o sol está no topo da
rocha e, com o passar das horas, vai descendo até morrer na base da
rocha. Dois outros blocos de granito, inclusive um com furo feito por mãos
humanas, também ocupam posições aparentemente associadas ao movimento do sol nessa data.
Foto: Mariana Cabral/IEPA |
Este local no Amapá e outros sítios com
megálitos exibem traços de terem sido usados também como cemitérios,
outra característica típica desse tipo de estrutura pré-histórica. Urnas
funerárias feitas no estilo cerâmico aristé, marcado por
desenhos vermelhos sob um fundo branco ou pontuado por gravuras feitas
na argila ainda úmida, foram encontradas nesses locais. Pedaços de vasos
decorados, achados junto às urnas, indicam que os mortos podem ter sido
enterrados ao lado de oferendas.
Bom, isso pode nos mostrar que por aqui viveram civilações um pouco diferentes dos "índios" aos quais estamos habituados ver...
Espero que tenham gostado!
Beijos a todos,
bom dia vcs tem a coordenadas em gps do sitio
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