10 janeiro 2012

Para ver, ler e ouvir #1


Olá pessoal,


Pra começar com as novidades em 2012, vamos apresentar pra vocês a sessão "Para ver, ler e ouvir". Aqui vamos dar sugestões de filmes, livros e músicas que tem a ver com o solo, e como é possível fazer associações destas obras de arte com a realidade.


Pois bem, vamos começar com um clássico! O filme que recomendamos é "O inferno de Dante".



Este filme foi lançado em 1997 e se passa em uma pequena cidade dos EUA chamada Dante, onde existe um vulcão que possui o mesmo nome da cidade. Um vulcanologista (perito em fenômenos vulcânicos), e  a prefeita de Dante  tentam convencer o conselho dos cidadãos e outros geólogos a declarar estado de alerta, pois o vulcão, que está inativo há vários séculos, entrará em erupção.

Mas não estamos aqui pra falar do filme, e sim dos processos referentes ao solo presentes no filme. Como todo bom filme de ficção científica, há acertos e erros com relação aos métodos científicos. Nós já falamos bastante sobre erupções de vulcões aqui no blog. Vamos tratar então de algumas situações curiosas que acontecem no filme.

 

Na primeira, um dos pesquisadores pega amostras de água para determinar o pH do lago. O pH mede a quantidade de íons H+ que estão presentes, seja no solo ou na água. O pH normal de um lago é aproximadamente 7, que se encaixa no meio da escala, ou seja, nem muito baixo (meio ácido), nem muito alto (meio básico). Quando um vulcão está ativo ele elimina muitos gases através da sua abertura e de rachaduras. Entre os principais gases está o CO2 (dióxido de carbono) que se combina com a água (H2O) formando Ácido carbônico (H2CO3). Assim, o pH da água vai ficando mais baixo (ácido), o que corresponde a um número menor que 7. No filme, o pH do lago estava em 3,48 ou seja, um meio bastante ácido, fazendo os cientistas acreditarem que o vulcão estava realmente iniciando a sua erupção.

Um dos motivos para se acreditar que o vulcão entraria em erupção era a morte das árvores mais próximas do vulcão, devido ao excesso de CO2 na área.  E isso pode acontecer sim, na verdade já aconteceu! No caso do vulcão Mammoth Mountain, também nos EUA, não houve erupção, mas o vulcão estava ativo eliminando CO2 pelas rachaduras presentes no solo. Este CO2 em alta concentração pode matar as raízes das árvores, levando à morte das árvores por falta de nutrientes, que eram absorvidos pelas raízes.

O vulcanólogo (ou seria o James Bond?) bem que tentou avisar antes...
 
Outra possível evidência da erupção é a contaminação da água, onde foi encontrada enxofre. O que acontece é que além do CO2 também há emissões de dióxido de enxofre (SO2) que é solúvel na água. Apesar de não existirem evidências científicas de que isso pode acontecer, teoricamente é possível e poderia estar ligado à atividade do vulcão.

É aí que ocorre a erupção. Tem uma confusão enorme e...não, não eu não vou contar o final do filme! rs. Apesar de ter alguns exageros (típicos de Hollywood) é um dos filmes que possuem mais acertos com relação á teorias científicas (pelo menos dos que eu já vi).

Fugindo da erupção

Existem muitos outros trechos do filme que nós poderiamos citar, mas a gente iria ficar o dia todo discutindo. Se vocês encontraram mais algum, mandem comentários ou até mesmo perguntas que a gente, se não souber, dá um jeito de responder! rs
Um abraço a todos,
 



PS: Dirigir um caminhão em cima de um fluxo de lava...Só um cara que já interpretou o James Bond pra fazer isso! rs

Um comentário:

  1. quais atividades humanas levou o vulcao inatrivo a entrar em erupcao,depois de milhoes de anos adormecido?

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