Recentemente muitos supermercados declararam que darão fim às sacolinhas plásticas. Muitas pessoas reclamaram que poderiam ser fabricadas sacolas biodegradáveis, que seriam mais ecológicas, sendo decompostas pelos microorganismos do solo.
Porém, uma pesquisa concluída recentemente por um pesquisador brasileiro mostra que não é bem assim. A matéria completa para ser lida está na revista FAPESP e você pode acessar aqui.
O engenheiro de materiais Guilhermino José Macêdo Fechine, professor da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, realizou uma bateria de
testes com um tipo de plástico oxibiodegradável vendido no mercado nacional e
constatou que, apesar de ele se fragmentar e virar pó, não é consumido por
fungos, bactérias, protozoários e outros microorganismos – condição necessária
para ser considerado biodegradável e desaparecer do solo ou da água.
“Meu estudo comprovou que não são biodegradáveis”, afirma Fechine, que acaba de
retornar da Bélgica, onde participou de um congresso internacional sobre
modificação e degradação de polímeros, o Modest 2008 na sigla em inglês.
“Segundo meu estudo, a única diferença dos polímeros oxibiodegradáveis é que o tempo de fragmentação é muito mais rápido do que o dos polímeros convencionais”, afirma Fechine. “As empresas que comercializam esse tipo de aditivo pró-oxidante deveriam alertar que apenas sua presença não tornará o plástico biodegradável. Para que isso ocorra, o polímero precisaria passar por uma forte degradação prévia, causada por radiação ultravioleta ou temperatura, por exemplo, e ser descartado em solo apropriado, com pH, umidade, temperatura e presença de microorganismos que permitissem a ocorrência da biodegradação.
Um artigo com os resultados dos ensaios já foi aceito para publicação pela
revista Polymer Engineering and Science, uma das mais
conceituadas na área de polímeros. Intitulado Effect of UV radiation and
pro-oxidant biodegradability, o artigo foi escrito em parceria com os
pesquisadores Nicole Demarquette, da Poli-USP, Derval dos Santos Rosa e Marina
Rezende, da Universidade São Francisco, em Itatiba, no interior paulista,
responsáveis pelos ensaios de biodegradação em solo.
Um abraço a todos,
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