Demos uma sumidinha devido a uma viagem de última hora, mas já estamos de volta....O post de hoje é sobre uma matéria que saiu na Revista Pesquisa Fapesp (Edição Impressa 184 - Junho 2011 ). Quem quiser conferir a matéria na íntegra é clicar AQUI.
A frágil crosta do Nordeste
Nordeste brasileiro... |
"Um estudo geofísico realizado sobre a Província Borborema (nome usado pelos especialistas para se referir ao imenso bloco rochoso que forma boa parte do Nordeste brasileiro) revelou que a crosta terrestre ali é bem mais fina que a média global. A hipótese é que o endurecimento da crosta teria acontecido no período Cretáceo (entre 136 milhões e 65 milhões de anos atrás), quando a África e a América do Sul se separaram pela movimentação dos blocos que formam esses dois continentes. Nesse processo, a crosta teria se esticado naquela região como um queijo derretido que é puxado pelas extremidades. “Normalmente a crosta tem espessura em torno de 40 quilômetros. Nos Himalaias, ela pode chegar a 70 quilômetros”, diz Reinhardt Fuck, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB). “Já em partes do Nordeste fica entre 30 e 35 quilômetros, chegando a menos de 30 em alguns pontos. Isso significa que essa crosta foi muito estirada, afinada pelos processos tectônicos.”
Existem alguns outros estudos que ajudam a dar entender uma pocuo mais sobre a história geológica da região da Borborema. Um grupo de pesuisadores da UFRN mostrou que há um "degrau" entre a litosfera mais fina no Nordeste para uma região bem mais espessa que fica no chamado cráton do São Francisco, o bloco rochoso sobre o qual se assenta parte da Bahia e de Minas Gerais. A transição entre essas duas composições da crosta é marcada por uma divisão clara e visível na geologia local: uma linha de vulcões extintos que vai de Macau, no Rio Grande do Norte, a Queimadas, na Paraíba.
Paulo Afonso, Bahia: crosta com 35 quilômetros de espessura. |
Terremotos – Outro ponto de interesse na Província Borborema são as falhas geológicas, causadoras de terremotos. O Brasil se localiza em uma região estável, o meio de uma placa tectônica, sem grandes abalos sísmicos. Há, porém, várias falhas, concentradas no Nordeste. Os tremores são constantes na região, mas raramente ultrapassam 4 pontos da Escala Richter (veja no post Medindo Terremostos o que é a Escala Richter). Em geral causam poucos danos, mas às vezes assustam. Apesar do conhecimento gerado por esses estudos, prever terremotos continua tão difícil quanto sempre foi.
Patos, Paraíba: crosta de 33 quilômetros, mais espessa ao sul. |
Os pesquisadores não sabem direito por que alguns lugares por onde passa a falha estão mais sujeitos a tremores do que outros. Mas está claro que há sítios preferenciais para a liberação da energia. Sobral é um deles. Alguns pesquisadores afirmam que aparentemente algumas regiões dessa crosta mais fina estão enfraquecidas, por isso temos tantso terremotos naquela região."
Bom, espero que tenham gostado....
Beijos a todos.
Pessoal:
ResponderExcluirA seção de links do blog esta show. Descobri um montão de coisas interessantes la!!
Tambem achei muito legal postar um resumo das reportagens (trabalhão!!) e o link para o texto integral. O Blog esta muuito legal. Espero que voces continuem "virtuados" (acho que isto é o contrário de "viciados"...) no blog forever!
Good Job!!