12 setembro 2010

Vulcões na Amazônia!

Olá pessoal,

Como ainda não tivemos nenhuma novidade e nem atividade além da seleção dos novos voluntários, trago hoje uma matéria que saiu na revista Pesquisa FAPESP no mês passado (Edição Impressa 174 - Agosto 2010). Quem quiser ler a matéria na íntegra é só clicar AQUI.

Há 2 bilhões de anos, vulcões reinavam onde agora é a Amazônia!

"Uma sucessão de dezenas de vulcões espirram grandes quantidades de cinzas e de projéteis de rocha derretida que riscam o ar incandescentes. Rios de lava jorram crateras afora e descem pelas encostas, se espalhando e moldando uma nova paisagem. É isso que o geólogo Caetano Juliani, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), vê quando navega pelos rios Tapajós e Xingu ou sobe os morros em meio à Floresta Amazônica, no Pará. Mas não há motivo para preocupação: a maioria das pessoas não presencia ali mais do que a densa floresta ou as áreas desmatadas onde o gado pasta inconsciente, não corre riscos maiores do que as doenças transmitidas por hordas de mosquitos e o calor que sente, por mais que pareça sufocante, não chega perto daquele produzido por vulcões.
O cenário enxergado pelo geólogo existiu há quase 2 bilhões de anos e apenas suas cicatrizes permanecem até hoje para quem sabe enxergá-las. “Aquilo era o inferno na Terra”, brinca Juliani. É dessa época o vulcão mais antigo de que se tem notícia, hoje um monte arredondado com cerca de 200 metros de altura (ver Pesquisa FAPESP nº 81). Nos últimos anos, porém, o grupo da USP encontrou mais vestígios de dezenas de vulcões – descaracterizados pela erosão, mas com uma assinatura inconfundível nas rochas. “Meus colegas nos Estados Unidos não acreditam que essas rochas se tenham preservado”, comemora o pesquisador. Testemunhos dos acontecimentos vulcânicos dessa época, conhecidos como evento Uatumã, são muito raros no mundo.


Amazônia vista do espaço!
Foto: Soichi Noguchi

Essa raridade confere grande importância aos achados na parte sul do cráton amazônico, uma das mais antigas da superfície terrestre. É uma região de cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, 15% da área do Brasil, que o grupo de Juliani tem se empenhado em caracterizar nas excursões anuais de cerca de 40 dias em que percorrem rios e trilhas recolhendo amostras de rochas, identificando formações e documentando o passado em seus cadernos. E esse cenário desvendado não se restringe àquela região. “Os grandes ciclos vulcânicos costumam ser planetários”, explica Juliani. Para ele, o que está registrado na Amazônia conta a história de boa parte da Terra naquele período."

Texto extraído da Revista Pesquisa Fapesp (Edição Impressa 174 - Agosto 2010).
Artigo científico:

JULIANI, C. & FERNANDES, C. M. D. Well-preserved late paleoproterozoic volcanic centers in the São Félix do Xingu region, Amazonian Craton, Brazil. Journal of Volcanology and Geothermal Research. v. 191, n. 3-4, p. 167-79. abr. 2010.


Bom, pessoal espero que tenham gostado....a matéria inteira é bem legal e vale a pena ler todinha!
 
Beijos a todos...

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