01 março 2011

Deslizamentos!

Olá pessoal,
Quem escreveu o post de hoje foi o André, vale a pena dar uma olhadinha com calma:

"Recentemente todos ficamos impressionados com os deslizamentos ocorridos no estado do Rio de Janeiro. Porém, o que do ponto de vista humano foi considerado um “desastre”, do ponto de vista do solo não passa de um evento natural. O deslizamento refere-se a um movimento de massas em que as rochas e sedimentos se soltam de um leito de rocha estável ao longo de uma zona diferente de fraqueza. Seria possível pensar em algo como um cartaz colado na parede com fita adesiva. Ele ficará preso, a menos que forças externas atuem sobre ele. Mas se um peso extra for colocado no cartaz, ou se a fita que o prende molhar, a conexão ficará fraca e ele cairá.



Mas porque um deslizamento de terra acontece? A superfície da terra consegue se manter intacta devido à atuação de várias forças, sendo a principal delas o atrito. Todos os relevos são formados pelo atrito entre a capa do sedimento e o leito de rocha, alguns mais presos que outros. Os deslizamentos ocorrem quando a gravidade supera a força do atrito. No caso do Rio de Janeiro, a água foi o agente que provocou a disparidade de forças e consequentemente iniciou o deslizamento. A água reduz o atrito entre o leito de rochas e o sedimento, e a gravidade faz os detritos rolarem para abaixo. Nos solos arenosos e argilosos, um pouco de água pode aumentar a estabilidade. Provavelmente você já viu isso ao fazer castelos de areia ou brincar com argila. Entretanto, água em excesso faz com que o sedimento escorregue, o que explica a ocorrência de muitos deslizamentos depois de tempestades. Existem também outros fatores que podem desequilibrar estas forças, como incêndios (morte das raízes e perda da estabilidade do solo), terremotos (vibração da crosta terrestre) e atividades vulcânicas (superfícies instáveis, deslizamento de lava).
Os seres humanos podem alterar o curso natural destes eventos, deixando os deslizamentos mais propícios. Atividades como desmatamento, mineração e construção de estradas podem causar danos à estrutura do solo. Provavelmente, andando por uma estrada você já deve ter reparado em placas de sinalização que mostram pedras caindo de montanhas. Nestes locais, os declives acentuados com solo solto precisam de muito menos água para iniciar um deslizamento que em declives naturais.
Pouco pode ser feito para se evitar um deslizamento, porém algumas atitudes podem ser tomadas para prevenir este evento. No caso do Rio de Janeiro, além de atitudes preventivas, havia outras informações adicionais. Em junho de 2004, o Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense (UFF) entregou à prefeitura um mapeamento com todas as áreas de risco de Niterói. No documento, o Morro do Bumba, onde ocorreu o grave deslizamento, era apontado como uma região de “extremo risco”, onde facilmente poderiam ocorrer desastres devido ao fluxo de detritos acumulados no solo. Outro estudo mais recente, concluído em 2007, apontou 142 pontos de risco em 11 regiões da cidade.


Créditos: AFP

Já existem modelos para a previsão destes eventos extremos. A metodologia para alertar sobre riscos de deslizamentos é baseada em mineração de dados (ou data mining), a exploração de grandes quantidades de variáveis em busca de padrões consistentes. Com uma rede bastante densa de pluviômetros e estações meteorológicas, esses modelos poderiam ser usados para indicar não somente riscos de deslizamentos, mas também de enchentes, descargas elétricas e quaisquer outras catástrofes induzidas por fenômenos meteorológicos.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) produziu um vídeo com imagens de satélite do International Charter Space & Major Disasters.


Nesta animação em 3D pode-se verificar a magnitude dos deslizamentos ocorridos no Rio de Janeiro, nos diversos pontos do estado que sofreram com a disparidade de forças no solo provocadas pela água."

Espero que tenham gostado...

Beijos a todos!

Um comentário:

  1. é pessoal, toda essa explicação técnica indica que esses "desastres" podem ser evitados com PLANEJAMENTO! Por isso a importância da realização de estudos para mapeamento de áreas de risco. Desta forma, essas áreas podem ser alocadas como áreas de preservação, onde não pode haver construções. É melhor prevenir do que remediar, afinal, a perda de vidas, a destruição e os prejuizos são incalculáveis!

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