12 abril 2012

Para ler, ver e ouvir #3

Olá pessoal,

"E se eu pulasse por um buraco que atravessasse a Terra no meio?"

Lembrei desta pergunta e por consequência de um grande livro (que virou filme!). Estamos falando de "Viagem ao centro da Terra", de Júlio Verne, escrito em 1864. Foi o mesmo cara que escreveu "Da Terra à Lua", "2000 léguas submarinas" e "Volta aos mundo em 80 dias" (precisa falar mais alguma coisa?? rs). E foram duas filmagens, uma em 1959 e outra em 2008! Seus livros são, na verdade, verdadeiros relatos de expedições científicas fantásticas às terras desconhecidas, e ao centro da Terra.



Neste livro, Júlio Verne teve como inspiração uma antiga teoria científica, que dizia que a Terra é oca. No livro, a entrada num fantástico mundo subterrâneo foi por um vulcão extinto da Islândia e a volta ao nosso mundo exterior foi pela erupção de um outro vulcão, na ilha de Stromboli, norte da Sicília.

Nas antigas crenças, mundos ocultos sob a superfície da Terra sempre tiveram destaque. Budistas da Ásia Central acreditavam num Reino de Agartha, um labirinto subterrâneo que abrigava populações de continentes extintos.Os gregos também especularam sobre as profundezas da Terra. Aí tivemos o mito de Orfeu e Eurídice, dos mortos no reino de Hades, das crenças de Homero sobre um mundo subterrâneo, entre muitas outras lendas.

Agharta, a Terra oca, segundo os Budistas

As primeiras formulações científicas sobre o tema datam do século XVIII, pelo astrônomo britânico Admond Halley, que propunha um planeta formado por camadas concêntricas e espaçadas entre si. Visando explicar certos fenômenos estranhos no campo magnético terrestre, Halley considerou que a Terra tivesse uma casca externa e um núcleo interno separado, cada um com seu próprio campo magnético. Adaptando essa teoria às crenças religiosas, Halley imaginou a existência de seres vivos nesses planetas interiores, sendo que a luz para esses seres provinha da atmosfera interior que era luminosa, sendo que a Aurora Boreal era consequência do escoamento dessa luminosidade pela fina camada polar. Hoje sabemos como o campo magnético e as auroras boreais funcionam...se quiser revisar é só clicar aqui. E também sabemos sobre o interior da Terra, se tiver dúvidas clique aqui.

Apesar de não ter acertado na questão da Terra ser oca, Verne acertou (foi pouco, mas acertou!) sobre a presença de vida subterrânea. É claro que o solo permite a presença de vida, mas apenas algumas camadas abaixo de nós, onde o material orgânico é reciclado. Porém, cientistas americanos descobriram em 2008 na África do Sul um microorganismo que vive inteiramente isolado, sem oxigênio e na escuridão total das profundezas da Terra. A bactéria foi batizada de Candidatus desulforudis audaxviator, em referência a uma citação (viajante audaz) em latim contida no livro de Verne.

O viajante audaz: Candidatus desulforudis audaxviator. Créditos: Greg Wanger, J. Craig Venter Institute, and Gordon Southam, University of Western Ontario.

Voltando à pergunta inicial, é impossível (infelizmente...) atravessar a Terra. Só se você for o Super Mário! Mas na Lua você conseguiria! A Lua tem um núcleo frio e não tem oceanos ou água subterrânea para complicar as coisas. Além disso, a Lua não tem atmosfera, portanto o túnel teria um bom vácuo dentro dele, o que elimina o arrasto aerodinâmico. É claro que quanto mais pra dentro da Lua, menor a gravidade e menor seria o seu peso. Conforme você desce dentro do túnel, mais e mais da massa da lua fica acima de você, atraindo você para cima. Quando você descesse até o centro da Lua, ficaria sem peso. A massa da Lua estaria toda ao redor de você e atraindo-o igualmente, portanto se anularia totalmente e você se sentiria sem peso.

Super Mário: Atravessando a Terra por dentro desde 1981

Apesar que seria uma boa passar pelo centro da Terra...se você perfurasse o túnel direito através do centro e pudesse criar um vácuo em seu interior, tudo o que você jogasse dentro do túnel alcançaria o outro lado do planeta em apenas 42 minutos. É um jeito fácil de viajar! rs

Um abraço a todos,

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